Tuesday, January 18, 2011

Mudanças climaticas e da geomorfologia das bacias hidrográficas

A chuva foi tão intensa, o escoamento superficial tão forte e os deslizamentos tão devastadores, que o curso dos rios na região serrana também foi modificado, o que vem dificultando as buscas no Rio. (ver materia na revista Exame)

O que o poder público e os interesses imobiliários precisam entender é que não podemos simplesmente assumir que podemos construir condomínios de luxo, casas e comércio em qualquer lugar que possam causar mais risco a vida, por simples arrogância ou necessidade economica de gerar IPTU e enriquecimento de uma elite. Infelizmente, a idéia de que o poder público é capaz de controlar a natureza tem como base assumir que a natureza é previsível, estável e imutável.

Tudo na natureza está em movimento dinâmico, às vezes imprevisível e instável para poder manter as trocas de energia: quanto mais energia no sistema, mais ele precisa de eventos turbulentos, extremos e imprevisíveis para dissipar esta energia. Por exemplo: quanto mais queimamos combustíveis fósseis, desmatamos ou queimamos florestas, maior o efeito estufa que aumenta a temperatura média dos oceanos e atmosfera e eleva a taxa de evaporação. Consequentemente, mais chuvas torrenciais e tempestades, que se concentram e caem em montanhas, que gerando condições de instabilidade em encostas que antes pareciam tão estáveis e poderosas trombas d'água que destroem qualquer ideia de imutabilidade que estiver no caminho de suas águas, sedimentos, barro, pedras, ávores e casas...

Assim, vamos nos adaptar a um sistema de grande intensidade de eventos extremos, instáveis e imprevisíveis que vão mudar nossa percepção do meio ambiente que vivemos. O último incêndio do ano passado foi uma sinal destes fenômenos extremos e turbulentos na natureza.

Vamos nos preparar e pedir as autoridades do DF que olhem por nós na serrinha do paranoá, que não sejamos vítimas de situações de tragédia como a que ocorreu no Rio, nem na Rússia!



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