Wednesday, November 16, 2011

Algumas fotos do Módulo 1 - Plantando árvores e drenagem




Da aula teórica à prática, foi um fim de semana e meio cheio de mãos verdes e sementes, cheiro de ervas e uma doce carícia na terra.
Preparar o terreno, as mentes e ter disposição para o plantio.
recuperação de área de APP, e uma horta agroflorestal.


Fotos de Alexandre Goulart (2011)

Datas dos Módulos 2 e 3 Curso Adaptação a Mudança Climática - 10/11 e 17/18 deDezembro

Caros amig@os do ISSA e do Projeto ACLIMAR,

Anotem as mudanças de datas dos Módulo 2 - 10/11 de dezembro -
e Módulo 3 - 17/18 de dezembro 2011 -
Curso Tecnologias Socioambientias para Adaptação a Mudanças Climáticas.

Data de entrega de certificados: no dia 18 de Dezembro.

Agradecemos sua compreensão e contamos com a mobilização do Salve o Urubu, nosso parceiro local e a participação da comunidade do Urubu nos próximos módulos do curso.
Abertas 2 vagas também aos interessados das outras microbacias do Jerivá e Palha.
Por favor, digulguem entre os interessados.


Um forte abraço

Coordenação Técnica
InstitutoSalvia
http://institutosalvia.blogspot.com

Saturday, October 29, 2011

Crônica dos 4Rs




Quero contar uma história dos 4Rs que escutei hoje durante minha caminhada matutina.

O dia para os que vivem na nossa microbacia do córrego do urubu amanheceu lindo, azul, claro e fresquinho. Delicioso ver o voos de araras verdes e cantos múltiplos de passaros, o convite ao passeio pelas ruas de terra e cerrado foi irresistível, logo que o sol nasceu, aromas de frutas e flores, uma relva verdinha e cheiro bom de eucaliptos.


Aquela sensação de calma invadiu meu coração, a cada passo no caminho aumentou a curiosidade sobre o que os olhos veriam e enxergariam, ouvidos atentos a história do dia, veio o silêncio tranqüilo no espaço curto antes das cigarras começarem seu cantorio intermitente de primavera.

E nesta caminhada, aberta a experiência sensorial, encontrei a natureza e a paisagem num reflexo da historia de todos nós, retalhos e entulhos da história das pessoas que vivem aqui ou que passam por aqui. Infelizmente, alguns entulhos de historias mudaram o tom da exuberante beleza do dia que meus olhos viram ao começar minha caminhada.

Já na esquina do caminho para quem sobe para a Araguaia 2 e quem vira a esquerda no caminho para as chácaras do Sagui vi entulhos de construção e restos de garrafas de óleo para carro, junto a escavações e erosão. E este cenário se repete no caminho lá na curva do rio, onde a erosão das margens está pondo em risco a nossa acessibilidade e a própria estrada. Nenhuma história nova, esta história das primeiras chuvas que trazem garrafas pets para dentro da cachoeira e fazem as voçorocas, conversa entre velhas comadres são nossas velhas conhecidas.

Já chegando a saída/ entrada do Portal encontramos a história da degradação aberta aos nossos olhos, convidando entulheiros a depositarem seus pertences menos queridos, o que consumiram em suas casas, para engrossar o entulho de histórias intimas do que usamos, lemos e escrevemos, e não queremos mais. Não gosto de me debruçar na vida alheia, tão pouco entrar na intimidade do outro sem ser convidada, mas é impossível não perceber o cheiro e o aspecto degradante daquilo que consumimos e descatarmos das nossas vidas logo ali escancarado na porta de entrada de nossa casa.

Ás vezes há como salvar algo precioso que talvez esteja ai por um acidente, no meio da paisagem desfigurada, como um pendente de camelos e miçangas pendurado numa placa antiga colorida do Ateliê Anjico, que ficou toda destruída debaixo dos escombros da demolição do muro do vizinho, hoje simbolo dos espaços invadidos e degradados, que vão com sua imponente cerca de metal fechando os espaços livres.

Mas o que mais me surpreendeu, foi o que vi nos espaços livres, no retorno desta caminhada, no caminho dentro do futuro, dentro do que ainda resta do cerradão, no caminho do novo taquari…

Longe da estrada de terra, e dos olhos desapercebidos, encontrei o novo desmatamento e grandes escavações, a erosão, e um volume de novas histórias!

Entulhos sem vergonha de estarem lá para contar a vida dos que ali os deixaram: piscinas de pvc, tanques de lavar roupa quebrados, tubos de ferro retorcidos, brinquedos velhos de criança, fraldas, pneus de bicicletas, raquetes velhas de tenis, cadeiras, panfletos de Aniversário do Lago Norte fazendo propaganda e vendendo móveis de madeira, plásticos de todas as cores e formas, entulhos de azulejos e pias velhas, restos de obras e outras coisas irreconhecíveis desta história nova e grande!

E logo antes de voltar pela esquina do Araguaia, no meio da paisagem degradada me surpreendi com um livro jogado no chão, molhado e sujo de terra, aberto na página 206 e 207, onde se lia:

“Você já ouviu falar dos 4Rs? Pois é! Todos nós podemos colaborar para construirmos um mundo melhor.”


“Reduzir, reutilizar reciclar e repensar.”

Curioso e triste ver que um livro de ciência do Centro de Ensino do Lago Norte do aluno Rosimauro Gomes dos Santos, que logo na contracapa pede para que ao final do curso o aluno devolva-o a professora para ser reutilizado, ficou assim jogado no meio dos entulhos que estão degradando a nossa paisagem!

Que lição o livro de ciências do Rosimauro nos traz? teria ele passado na prova dos 4Rs?

Como podemos ler a nossa paisagem através desta mensagem?

Onde foi parar a história dos 4Rs na nossa bacia, nossos habitantes precisam da cópia deste capítulo dos 4Rs para serem lembrados de qual historia queremos contar para nossos filhos e netos?

E os esforços da comunidade em construir um plano de gestão de resíduos ficaria infrutifero se todos incorporassemos as licóes do livro de ciencia do Centro de Educação do Lago Norte?

E a nossa Administração do Lago Norte, será que deixou seus panfletos serem jogados assim no caminho de terra .... junto a outros entulhos? Que papel o nosso governo local tem quanto a esta historia?

Voltei com o panfleto do Aniversário do Lago Norte, o livro de ciencias e os camelos do Anjico na mão para casa. São as relíquias de uma curta caminhada ...

como um lembrete: ao acordar todos os dias, olhar e sentir o lugar que vivemos para chamar a atenção e entender a gravidade deste problema, para assim nos debruçar na solução.

"é importante repensar nossos hábitos , atitudes e procediments.

Como podemos colaborar para mudar esta situação?" (p. 207)


Um abraço e bom sábado

Renata

Thursday, October 20, 2011

Wednesday, October 19, 2011

A Semana das Mudanças Climáticas chegou

Semana das Mudanças Climáticas: Universidade, Comunidade e Escola
Atividade da Semana Nacional C&T, MCT
15-23 de
outubro de 2011

Programação:

15/10 - Abertura da Semana das Mudanças Climáticas

Universidade, Comunidade e Escola

8:30 -17:00 hrs – PROJETO ACLIMAR: Curso de Capacitação em Tecnologias Socioambientais

para Adaptação às Mudanças Climáticas

17:30Apresentação de AberturaGrupo Haonobeko e confraternização

Local: ISSA/ Córrego do Urubu, Lago Norte

16/10 - PROJETO ACLIMAR:

8:30 hrs– 17:30 hrs - Curso de Capacitação em Tecnologias Socioambientais

para Adaptação as Mudanças do Climáticas

Local: ISSA/ Córrego do Urubu, Lago Norte

18/10 – Mudanças Climáticas na UCB

8:00 – 12:00hrs – Apresentação de Posters, stands e videos

Local: Campus 1 – Taguatinga

14:00 – 18:00hrs – Apresentação de Posters, stands e videos

Local: Campus 2 - Asa Norte

19/10 – Mudanças Climáticas na Comunidade

Cultivando Plantas medicianis e qualidade de vida

Local: Instituto Oca do Sol

20/10 – Mudancas Climáticas na Escola,

Oficina musical de reciclagem

Adaptando: Capoeira

Coleta de água de chuva

Plantio de mudas e horta comunitária

Local: Escola-Classe Olhos Dágua, Lago Norte

22/10 – Mudanças Climáticas na Comunidade

9-15:00 hrs - Visita e Apresentação do Estudo de Diagnóstico de

Percepção da Mudança do Clima e Risco Ambiental da Microbacia do Córrego do Urubu

Local: ISSA, Lago Norte

23/10 – Mutirão de Limpeza e oficina musical reciclagem

8-12:00 hrs Evento cultural de EncerramentoCapoeira Aladim e Haonobeko

Local: Portal das Águas, Microbacia do Córrego do Urubu

Informações acesse: http://semanact.mct.gov.br/index.php/content/view/4552.html; http://www.ucb.br;

http://institutosalvia.blogspot.com

Sunday, October 16, 2011

Semana Nacional de Prevenção de Desastres

Coincidência ou não, o nosso curso caiu no último dia da Semana Nacional de Prevenção de Desastres, encabeçada pela Defesa Civil e o Ministério da Integração e com o lançamento da Campanha Cidades Mais Resilientes. Como o Aclimar pode entrar na iniciativa!!!

"Brasil adotará estratégia da ONU para construir cidades resilientes a desastres

A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, está lançando no Brasil a campanha “Construindo Cidades Resilientes: Minha Cidade está se Preparando”, da Estratégia Internacional para Redução de Desastres (Eird), coordenada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A ação faz parte da 7ª Semana Nacional de Redução de Desastres, que vai acontecer entre os dias 10 a 15 de outubro. O objetivo é aumentar o grau de consciência e compromisso em torno de práticas de desenvolvimento sustentável, diminuindo as vulnerabilidades e propiciando bem estar e segurança aos cidadãos.

A construção de uma cidade resiliente, envolve 10 providências principais a serem implementadas por prefeitos e gestores públicos. Cinco delas com tem origem nas prioridades estabelecidas em 2005 pelo Marco de Ação de Hyogo (Japão), quando 168 países se comprometeram a adotar medidas para reduzir o risco de desastres até 2015.

Entre as medidas estão: a criação de programas educativos e de capacitação em escolas e comunidades locais, o cumprimento de normas sobre construção e princípios para planejamento e uso do solo, o investimentos em implantação e manutenção de infraestrutura que evitem inundações e o estabelecimento de mecanismos de organização e coordenação de ações com base na participação de comunidades e sociedade civil organizada.

A campanha define “Cidade Resiliente” como sendo aquela que tem capacidade de resistir, absorver e se recuperar de forma eficiente os efeitos de um desastre e, de maneira organizada, prevenir que vidas e bens sejam perdidos.

Um dos apelos da campanha é no sentido de mostrar que a redução de riscos e desastres ajuda na diminuição da pobreza, favorece a geração de empregos, de oportunidades comerciais e a igualdade social, além de garantir ecossistemas mais equilibrados e melhorias nas políticas de saúde e educação.

Fonte:
Ministério da Integração Nacional

Semana das Mudanças Climáticas: Universidade, Comunidade e Escola

O primeiro módulo do curso de capacitação ocorreu neste fim de semana na UD da OCA do SOl, e contou com um número de 32 participantes, e um mutirão muito eficiente de plantio agroflorestal.

Fiquem ligados que teremos mais noticias e fotos do evento.

Wednesday, October 12, 2011

Cursos de Capacitação em Tecnologias SocioAmbientais para Adaptação às Mudanças Climáticas: Projeto Aclimar

Semana das Mudanças Climáticas: Universidade, Comunidade e Escola


Caros amigos do Urubu, Palha, Bálsamo e Jerivá

segue o Convite para participar da "Semana das Mudanças Climáticas, Universidade, Comunidade e Escola" que inicia no dia 15/10 com o "Curso de capacitação em tecnologias socioambientais para adaptação às mudanças climáticas" do Projeto Aclimar, e termina no 23/10 com um mutirão de limpeza e plantio de mudas regada ao show do grupo Haonobeko no Portal das Águas.
Vai ser oferecida uma diversificada programação de atividades que tem por objetivo criar a conscientização e a conversa sobre as mudanças climáticas em três esferas de conhecimento: cientifico, comunitário/local e educação infantil.

Segue a programação completa abaixo.
Se tiverem interesse em conhecer a programação do curso de capacitação, favor enviar email para institutosalvia@gmail.com
Contamos com sua participação

um forte abraço
Renata

Semana das Mudanças Climáticas: Universidade, Comunidade e Escola
Atividade da Semana Nacional C&T, MCT
15-23 de
outubro de 2011

Programação:

15/10 - Abertura da Semana das Mudanças Climáticas

Universidade, Comunidade e Escola

8:30 -17:00 hrs – PROJETO ACLIMAR: Curso de Capacitação em Tecnologias Socioambientais

para Adaptação às Mudanças Climáticas

Local: Instituto Oca do Sol / ISSA - Córrego do Urubu, Lago Norte

16/10 - PROJETO ACLIMAR:

8:30 hrs– 17:30 hrs - Curso de Capacitação em Tecnologias Socioambientais

para Adaptação as Mudanças do Climáticas

Local: ISSA/ Instituto Oca do Sol - Córrego do Urubu, Lago Norte


18/10 – Mudanças Climáticas na UCB

8:00 – 12:00hrs – Apresentação de Posters, stands e videos

Local: Campus 1 – Taguatinga

14:00 – 18:00hrs – Apresentação de Posters, stands e videos

Local: Campus 2 - Asa Norte

19/10 – Mudanças Climáticas na Comunidade

Cultivando Plantas medicianis e qualidade de vida

Local: Instituto Oca do Sol


20/10 – Mudancas Climáticas na Escola,

Oficina musical de reciclagem

Adaptando: Capoeira

Coleta de água de chuva

Plantio de mudas e horta comunitária

Local: Escola-Classe Olhos Dágua, Lago Norte

22/10 – Mudanças Climáticas na Comunidade

9-15:00 hrs - Apresentação do Estudo de Diagnóstico de

Percepção da Mudança do Clima e Risco Ambiental da Microbacia do Córrego do Urubu

Local: ISSA, Lago Norte

23/10 – Mutirão de Limpeza e oficina musical reciclagem

8-12:00 hrs Evento cultural de EncerramentoCapoeira Aladim e música ao vivo do grupo Haonobeko

Local: Portal das Águas, Microbacia do Córrego do Urubu

Informações acesse: http://semanact.mct.gov.br/index.php/content/view/4552.html; http://www.ucb.br;

http://institutosalvia.blogspot.com

Tuesday, September 27, 2011

Festa da Primavera na Microbracia do Córrego do Urubu





Tivemos roda de dança!













O ISSA foi para a Festa da Primavera aqui na Cachoeira do Urubu. Muita festa e diversão, a comunidade estava lá, descendo o morro.
A Edna e o Felipe participaram das atividades e ajudaram nas inscrições do curso.
Viva a primavera e o urubu

Sunday, September 18, 2011

Festa da Primavera na Microbracia do Córrego do Urubu


Faz exatamente 1 ano que o Projeto Aclimar foi lançado oficialmente na Festa da Primavera, e nesse momento surgiu a minha primeira poesia.
Assim a inspiração e a tradição não devem parar.
A segunda poesia tem texturas, cores, sabores, aromas, e canção da primavera.
Podem pintar a tela da imaginação, vivemos num paraíso. Nesta celebração de arte e alegria, uma mistura de talentos e beleza.




A Festa da Primavera (por Renata Marson Teixeira de Andrade, 19 de setembro 2011)


A Primavera avisa sua chegada nas cores e texturas dos seres da mata
Das amarronzadas folhas secas caídas surgem verdejante brotos
entre borboletas azuis cintilantes e os primeiros pirilampos;
No lento subir da seiva em galhos nus, uma florada
multicoloridos frutos, que ao nosso prazer maroto
enchem a colorida Primavera de aromas, perfumes e gostosas risadas

Frutos de amora pintam de vermelho bocas límpidas
A pitangueira se prepara pomposa o reinado alaranjado
formigas se enfileiram e uma revoada de periquitos se alimentam
de enfeites de cagaitas e manga no chão
enquanto o ingá se enrola de doçura tímida
comer jabuticaba no pé são sinais da primavera do cerrado

Como não se apaixonar pelo som da Festa da Primavera
melodias de cigarras em tom brado e forte devagar entoam
em contraponto com os sonoros tons tenores e sopranos de canarios, saíras,
joão de barros, sabiás, bem-te-vis, pica-paus, águias, falcões, urubus e carcaras,

Hoje uma andorinha voando mandou avisar
canção dos ventos do leste soou depois dos últimos estalos de queimadas
para a Mãe dágua trazer abudância contente
chuva molhando o chão firme de pedras e raizes da mata
suave melodia descendo aos rios, cachoeiras e enchendo nascentes

Texturas, aromas e sons da primavera são parte das águas vibrantes
a respiração que dá alento e alegria
Viva a Festa da Primavera aqui na nossa ecobacia do urubu.
Viva!!!

Saturday, September 17, 2011

Seminário de Assoreamento do Lago Paranoá 20 -21 se tembro 2011

Assoreamento do Lago Paranoá

A noção de sustentabilidade tem-se firmado como o novo paradigma do desenvolvimento humano. Diversos países vêm assumindo o compromisso e o desafio de internalizar, nas políticas públicas, as noções de sustentabilidade e de desenvolvimento sustentável.

Segundo ANDRADE[1] (2010) os desafios para a gestão ecológica do ciclo da água na bacia do Paranoá têm origem nos impactos ambientais causados pela ocupação urbana, tais como o aumento da velocidade de escoamento da água, devido à impermeabilização de parte significativa da bacia e à canalização dos leitos dos rios; a redução de áreas de infiltração, que afeta, diretamente, a quantidade e a qualidade das águas subterrâneas; as distorções no movimento por gravidade da água e a expansão urbana de baixas densidades (cidade dispersa) com jardins e piscinas que supõem uma demanda de consumo de água significantemente maior que as tipologias de altas densidades (cidade compacta).

A ocupação urbana pressiona o meio ambiente por meio do desmatamento das áreas edificadas, áreas estas que muitas vezes se estendem até as margens de rios; da erosão causada pelo enfraquecimento do solo desnudo; do assoreamento dos corpos hídricos; do volume de resíduos domésticos e de esgoto que sobrecarregam rios e estações de tratamento e acabam provocando poluição das águas; da sobrecarga do sistema de abastecimento de água; dos espaços públicos desprovidos de rede de captação de águas pluviais e de sistemas de reuso das águas servidas; da estrutura urbana que promove a dependência do automóvel; da umidade do ar, cada vez mais baixa, e da qualidade do ar comprometida. Todos esses fatores exigem do poder público uma estrutura de atendimento maior, com instituições fortalecidas e com a participação efetiva da sociedade na gestão dos recursos hídricos

O Lago Paranoá, um dos símbolos da Capital Federal, está sofrendo um processo de assoreamento que preocupa a todos e torna-se objeto de estudos do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranoá. A discussão sobre a capacidade suporte do lago, quando vista por meio de indicadores como a eutrofização, a floração de algas, o surgimento de plantas aquáticas, a contaminação bacteriológica, os desmatamentos, as áreas degradadas, os processos erosivos e o consequente assoreamento dos corpos hídricos da área de drenagem e do próprio lago, deve ser entendida como expressão da ação antrópica decorrente dos usos e da ocupação do solo na Bacia do Lago Paranoá, o que vai contra a ideia de desenvolvimento sustentável.

Atualmente, o Lago Paranoá vem sendo usado para a prática de esportes, lazer, recreação, turismo, geração de energia e num futuro muito próximo, para o abastecimento público. Esses usos exigem que o lago mantenha certa quantidade e qualidade de suas águas, para que a população não venha a ficar exposta a riscos provenientes do uso desse corpo hídrico.

Os moradores mais antigos de Brasília devem se lembrar da época em que o Lago Paranoá sofria com o mau cheiro exalado de suas águas em função do processo de eutrofização, como mostram as reportagens do Correio Braziliense de 1978.



A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB, após um longo trabalho voltado para controlar a carga de nutrientes do lago conseguiu reverter o processo de eutrofização e tornou o Lago Paranoá um corpo hídrico saudável, novamente. Hoje, o lago sofre um processo de assoreamento sério, que pode novamente comprometer a qualidade e a quantidade de suas águas que estão se tornando rasas de forma não muito perceptível aos olhos, mas de forma alarmante se observarmos os braços do Lago Paranoá do Riacho Fundo e do Bananal.

Estudos da CAESB mostram o avanço do assoreamento nesses dois braços do lago e apontam como causa fatores como a ocupação desordenada, desde o início da construção de Brasília, da sub-bacia do Riacho Fundo; o processo de urbanização acelerado, a partir dos anos 90, na sub-bacia do Ribeirão Bananal, ocorrido da mesma forma em Águas Claras, Vicente Pires, Arniqueiras, Mansões Park Way, Cidade do Automóvel, Noroeste e Varjão.

Os estudos apontam também os fatores decorrentes das obras de infraestrutura de transporte, como o metrô, a duplicação da EPTG e EPGU. As marcas da exploração e da ocupação da Bacia Hidrográfica do Lago Paranoá expõem verdadeiras cicatrizes, observadas ainda hoje. Fotografias aéreas retratam as marcas das agressões sofridas pelo Lago Paranoá ao longo das últimas décadas.


E retrata o processo de assoreamento sofrido no braço do Bananal, próximo à Ponte do Bragueto nos anos de 1966, 1982, 1994 e 2009. A fotografia abaixo retrata o mesmo processo ocorrido no braço do Riacho Fundo nos anos de 1966, 1982, 1994 e 2004. Percebe-se pelas fotos que a diminuição do volume de água é muito grande e a recuperação desses braços exigiriam anos de altos investimentos públicos, que, mesmo assim, não trariam a garantia de estancar o processo.


Por todos esses motivos, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranoá – CBHRP, criado pelo Decreto Distrital nº 27.152, de 31 de agosto de 2006, com área de atuação ampliada pelo Decreto Distrital nº 31.255, de 18 de janeiro de 2010, com o intuito de promover o conhecimento adequado, essencial para a tomada de decisões e para estimular a ação convergente dos interessados em cuidar do patrimônio público e coletivo, está organizando um workshop sobre esse processo de assoreamento na busca de soluções sustentáveis para o Lago Paranoá.

O evento acontecerá durante os dias 20 e 21 de setembro de 2011 no auditório nº 1 do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília - UnB, Campus Darcy Ribeiro, Bloco 02, no horário de 8h às 18h, com apoio da ADASA, IBRAM, Embrapa Cerrados, SADIA S/A, Universidade Católica de Brasília – UCB, CAESB, CEB e Fundação Universidade de Brasília – UnB.

INSCRIÇÕES GRATUITAS – VAGAS LIMITADAS

cbh.paranoa@adasa.df.gov.br



[1] Liza Maria Souza de Andrade, doutoranda do programa de pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília - Conexões dos caminhos das águas no espaço urbano.