Thursday, August 19, 2010

ICID+18 - Mudança Climática, vulnerabilidade e adaptação

Andrew Miccolis está participando e apresentando pesquisa realizada sobre mudança climática e adaptação junto com a Professora Renata Marson T. Andrade do Programa de Pós-grduação em Planejamento e Gestão Ambiental da universidade Católica de Brasília, no evento com apoio do ICARUS/Univerity of Illinois- Urbana-Champagne e o EBI/University of California at Berkeley. Estão participando de grupos de trabalho para escrever recomendações para política de Mudança Climática em áreas semi-áridas.
Abaixo um dos convidados para o evento:

Distorção política agrava situação nas regiões secas, diz Jeffrey Sachs
A visão distorcida dos políticos e insistência dos Estados Unidos em resolver as diversas questões de conflitos nas regiões áridas e semiáridas do planeta com força militar são mais cruciais para seus habitantes do que os entraves e os problemas acarretados pelas mudanças climáticas.

Este foi o foco central da palestra do economista Jeffrey Sachs, conselheiro especial do Secretário Geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, hoje (18), na 2ª Conferência Internacional: Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid+18), em Fortaleza (CE).

Sachs disse que não há dúvida de que as regiões secas são as mais afetadas pelas alterações do clima e que esse fator também contribui para os conflitos que elas abrigam, “mas não é despachando tropas militares para preservar a política de interesses dos países ricos nessas áreas que os problemas serão resolvidos”, completou. Na opinião do economista, estamos muito próximos de uma situação climática irreversível para o planeta. “Todos serão afetados indistintamente”, ressaltou Sachs, que também é professor de Desenvolvimento Sustentável, e de Política de Gestão da Saúde da Universidade Columbia, dos Estados Unidos.

Em sua apresentação, Jeffrey Sachs disse que os Estados Unidos deveriam melhorar seus conhecimentos sobre as áreas conflituosas do mundo, que são exatamente aquelas inseridas das regiões áridas e semiáridas, onde estão as populações mais pobres e necessitadas. “Nelas, os engenheiros militares seriam mais úteis ensinando a cavar poços para a procura de água do que desenvolvendo artefatos bélicos”, opinou.

O especialista pediu que lhe seja enviada uma cópia da Carta de Fortaleza, documento que deve reunir as questões sugeridas pela Icid 2010 para a Rio+20, em 2012, para que ela seja incorporada na próxima reunião do Conselho de Segurança da ONU, agora em setembro. “Tenho certeza que a sugestão será acatada pelo secretário Ban Ki-moon, que é sensível as questões climáticas em nível mundial, disse Sachs.

Ele também sugeriu a criação de um órgão que congregue líderes e governantes de países que estão nas regiões áridas e semiáridas para que pressionem os países desenvolvidos a que dediquem mais recursos, apoio, ciência e tecnologia às suas áreas como forma de ajuda para resolver seus problemas, “que embora locais, refletem em todo mundo”, disse Sachs.

Wednesday, August 18, 2010

HSBC Solidariedade - Projeto Aclimar 2010


O Projeto Aclimar do Instituo Salvia ganhou em primeiro lugar no concurso sobre Adaptação a Mudança Climática do HSBC Solidariedade. Parabéns!!!

N° Entidade Projeto Cidade UF Padrinho/Madrinha Agência/Departamento do HSBC

1 - Instituto Salvia Projeto ACLIMATAR Brasília DF Samuel G RIzzo Agência Centro Brasília

2 - Consorcio de Desenvolvimento Intermunicipal do Alto Acre a Capixaba –

CONDIEAC Compreendendo o presente para adaptar-se ao futuro Judia ACEdmar Batistela Donelli Agência Rio Branco


3 - Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e Instituições Não

Governamentais Alternativas – CAATINGA Cidadania Ambiental Ouricuri PERejane Elias Gomes Agência Juazeiro do Norte


4

Consórcio Intermunicipal para Gestão Ambiental das Bacias das Regiões dos

Lagos; do Rio São João e Zona Costeira – CILSJ Atitude Água e Clima Araruama RJ José Carlos A. Araújo UPPER – Niterói


5Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais Políticas de gestão ambiental e pesqueira Curitiba PRJoel Dias Reinhardt Agência Paranaguá

6Instituto Ilhas do Brasil Adaptar Brasil Florianópolis SCSergio Carbonera Agência Centro de Florianópolis

Divulgação dos 6 projetos aprovados na Seleção de Projetos de Meio Ambiente – 2010

Agradecemos à participação das 69 Organizações Sociais. Desejamos muito sucesso em suas iniciativas, que certamente alcançará resultados significativos, e esperamos, para os que não foram contemplados

nessa seleção, contar com a sua participação em outras oportunidades. Obrigado, Instituto HSBC Solidariedade

Instituto Sálvia - Andrew Miccolis - Núcleo Rural do Urubu

Reportagem Cultura Permanente
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por Carolina Mourão


A WWF estima que 90% das nascentes do Distrito Federal estão comprometidas por agrotóxicos ou por lixo. Das 25 áreas rurais estabelecidas durante a consolidação da capital para o suprimento de alimentos e sustentabilidade local, apenas seis apresentam hoje explorações agrícolas significativas. As outras, parceladas e vendidas pelas próprias autoridades que legalizam vendas de terras públicas, se converteram em espaços exclusivamente residenciais sem infra-estrutura. A capital está insustentável, precocemente. Mas as autoridades se recusam a assumir a crise ambiental como uma questão ética e política.

Mas há uma saída. Chama-se Permacultura. Guarde esta palavra. É a partir dela que começa a contagem regressiva para o resgate da qualidade de vida tanto na cidade como no campo. É ela o elo entre a degradação urbana, irremediável, e o recomeço possível, saudável, sem truques. A Cultura Permanente, ou Permacultura, nunca foi um projeto utópico. Foi preciso alcançar um limite, na brutalidade contemporânea, para que a última tentativa, antes da perda total da consciência, fosse posta em prática.

A Permacultura, um conceito complexo que inclui a consciência individual de impacto ambiental, da dignidade de seres humanos e da convivência racional com a natureza, passando pelo lixo que cada um produz, até um amplo resgate de qualidade de vida, já funciona para muitas pessoas. Passo a passo, ela está trazendo a produção de alimentos e a eficiência energética para os espaços urbanos e periurbanos. Uma nova lógica foi instalada em alguns pontos da cidade para converter problemas em soluções e mostrar que é possível conquistar níveis de sustentabilidade sem a ajuda das autoridades, por meio de iniciativas pessoais, familiares ou comunitárias, que estão estendendo esta influência para outras comunidades.

André Miccolis, consultor em permacultura e sistemas agroflorestais e dono da chácara Jardim do Paraíso, vive um projeto ousado e real de Permacultura. Ele elaborou um Plano de Uso e Gestão Ambiental para a chácara que inclui construções de adobe com reaproveitamento e reciclagem de materiais e a recuperação de áreas degradadas por meio de sistema agroflorestais e da preservação da vegetação nativa. A chácara desenvolve atividades como a produção de mudas, compostagem, criação de galinhas caipiras e reaproveitamento das águas cinzas na irrigação. A interação com a comunidade acontece por meio de visitas públicas, na área que tem uma cachoeira perene e atividades de educação ambiental. Lá, os visitantes podem participar de iniciativas em defesa ao meio ambiente. A própria visitação gera renda. As práticas adotadas na propriedade vêm solucionando alguns problemas típicos da região: áreas degradadas, desmatamento, queimadas, solos ácidos e de baixa fertilidade, erosão e assoreamento dos córregos. Como o reaproveitamento é grande, gasta-se muito menos para a manutenção das atividades.

Na agrofloresta da família Miccolis existe um consórcio de espécies de árvores nativas e frutíferas de vários estratos e ciclos, começando com pioneiras rústicas como, por exemplo, capim elefante e flor de mel, banana, amora, bambu, abacaxi e algumas leguminosas. As hortaliças e as raízes são plantadas no início do sistema agroflorestal, mas são cultivadas principalmente em canteiros feitos em terraços das áreas em declive e integrados ao galinheiro. O Jardim do Paraíso constitui-se hoje numa unidade que conseguiu reduzir a incidência de pragas e doenças, como formigas cortadeiras e cupins, devido à diversidade do sistema e ao aumento da fertilidade do solo. Entre pedras e cascalhos, este pequeno santuário em formação serve de reduto para a fauna local e de moradia saudável para as três famílias residentes de uma ecovila em desenvolvimento. Este projeto demonstra que é possível morar em áreas de interesse ambiental cooperando com a natureza.